A impotência da Europa no Médio Oriente: Trump perde uma mensagem clara!
O presidente dos EUA, Trump, critica a influência da Europa no Médio Oriente. O artigo destaca os desenvolvimentos atuais e a posição da UE.

A impotência da Europa no Médio Oriente: Trump perde uma mensagem clara!
O conflito no Médio Oriente continua a ser uma questão central nas relações internacionais, especialmente para a Europa, que dificilmente ganha influência nesta difícil situação. Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez comentários duros sobre as recentes conversações de Genebra entre os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus e os seus homólogos iranianos, que ele disse não terem "alcançado nada". Trump deixa claro que o Irão não quer comunicar com a Europa, mas apenas com os EUA. Enquanto os preparativos para possíveis ataques aéreos dos EUA às instalações nucleares iranianas estão bem encaminhados, o papel diplomático da Europa nesta questão está mais uma vez a ser posto em causa. Segundo Jan Techau, do Eurasia Group, a Europa quase não tem relevância na diplomacia do Médio Oriente e não é consultada por Israel e pelos EUA.
A situação é ainda mais complicada porque a UE tentou, no passado, posicionar-se como mediadora no conflito nuclear com o Irão. Estes esforços começaram com o Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA), mas desde a saída dos EUA em 2018 e o fracasso do mecanismo de pagamento INSTEX, a Europa perdeu influência significativamente. Os desenvolvimentos recentes, incluindo a guerra que começou em 13 de Junho de 2025, também deixam claro que a Europa não é uma força motriz nem um mediador na actual crise.
Diferenças dentro da UE
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE estão sob pressão para iniciar negociações rápidas, tendo em conta a escalada no Irão. No entanto, existem diferenças significativas dentro da União. Países como a Polónia e a Hungria são pró-Israel, enquanto outros, como a Irlanda e a Espanha, são críticos do governo israelita. Não está actualmente à vista uma política externa unificada que tenha em conta as diferentes opiniões dos Estados-membros. A diplomata-chefe da UE, Kaja Kallas, enfatiza a necessidade de diplomacia ao lidar com o programa nuclear do Irão, enquanto analistas como Techau apontam para as interpretações erradas da UE no passado, que levaram a um julgamento errado da ameaça representada por um Irão com armas nucleares.
As consequências económicas poderão ser significativas. Os preços mais elevados do petróleo e os possíveis bloqueios no estrategicamente importante Estreito de Ormuz são citados como potenciais encargos para a economia europeia. Apesar destes desafios, a UE poderia tentar recuperar terreno no diálogo regional com o Irão e os seus vizinhos árabes através de incentivos económicos e apoio diplomático para aliviar as tensões.
Aspectos de direitos humanos
À medida que a situação avança, a situação dos direitos humanos no Irão torna-se outro ponto crítico. A UE tem-se manifestado repetidamente contra a repressão violenta dos protestos no Irão, especialmente após a morte de Mahsa Amini em setembro de 2022. Apesar dos desafios, a Alta Representante da UE continua empenhada em fazer avançar o acordo nuclear para prevenir a proliferação nuclear. O SEAE coordena as relações com o Irão, mesmo que a UE não tenha atualmente a sua própria delegação no país.
À medida que prosseguem as discussões sobre soluções diplomáticas, a influência da política externa americana na estratégia europeia torna-se cada vez mais clara. Nesta área de tensão, Ursula von der Leyen apela ao cumprimento do direito internacional e a uma solução diplomática para o conflito. Mesmo que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE discutam a situação de acordo, uma linha comum falha frequentemente devido às circunstâncias políticas internas e aos diferentes interesses dos Estados-Membros. Os próximos passos da UE continuam a ser vistos à medida que aumenta a pressão dos actuais desenvolvimentos da política de segurança.