Controlos fronteiriços entre a Alemanha e a Polónia: caos e críticas!
A partir de segunda-feira, 6 de julho de 2025, a Polónia introduzirá controlos na fronteira germano-polaca. Respostas à migração e segurança.

Controlos fronteiriços entre a Alemanha e a Polónia: caos e críticas!
A partir de segunda-feira, 6 de julho de 2025, serão realizados controlos em ambos os sentidos na fronteira entre a Alemanha e a Polónia Jornal do sul da Alemanha relatado. A razão para esta medida são os controlos fronteiriços já estabelecidos na Alemanha, que foram introduzidos em resposta a um aumento na migração irregular. O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, sublinha a necessidade desta “simetria” e critica os controlos alemães como inaceitáveis, pois podem comprometer o acordo de Schengen.
A situação na fronteira é tensa. Os trabalhadores polacos que se deslocam regularmente para a Alemanha já estão presos em longos engarrafamentos. Além disso, guardas de fronteira autonomeados, ligados a deputados extremistas de direita, estão a tornar-se activos e a realizar controlos ilegais. Robert Bąkiewicz, um desses deputados, está a espalhar a alegação de que a Alemanha está deliberadamente a enviar migrantes, muitas vezes criminosos, para a Polónia, a fim de desestabilizar o país.
Migração e proteção de fronteiras em foco
Desde os primeiros controlos que a Alemanha introduziu nas fronteiras com a Polónia, a República Checa e a Suíça, em outubro de 2023, tornou-se evidente uma tendência que poderá piorar nos próximos meses. A Ministra do Interior, Nancy Faeser, do SPD, anunciou que os controlos em todas as fronteiras alemãs serão reforçados a partir de Setembro de 2024, a fim de combater a migração irregular e os riscos de segurança associados. O Ministro do Interior austríaco, Gerhard Karner, também já sinalizou que a Áustria não aceitará pessoas rejeitadas, o que complica ainda mais a situação.
A UE também está sob pressão para reformar a sua política de protecção das fronteiras. A proteção das fronteiras da UE adaptou-se ao afluxo de refugiados e migrantes irregulares desde 2015. O artigo 3.º do Tratado UE visa criar normas comuns para os controlos nas fronteiras externas. Como parte das novas medidas para melhorar a proteção das fronteiras, a Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras, Frontex, será reforçada e dispõe agora de um grupo permanente de 10 000 guardas de fronteira.
Os números atuais mostram que mais de 61.000 pedidos de asilo foram apresentados na Alemanha no primeiro semestre de 2024. Isto contrasta com o declínio de 27% em 2024 no número de refugiados que entram na UE através do Mediterrâneo. A política europeia de proteção das fronteiras deve enfrentar desafios como os fluxos migratórios mistos, o legado da pandemia de COVID-19 e as crescentes preocupações de segurança. Tusk menciona que a Polónia recebeu mais de 25.000 pedidos de ajuda na fronteira com a Bielorrússia desde 2021.
Reações às novas medidas
Os desenvolvimentos foram recebidos com reações mistas. Embora alguns políticos europeus demonstrem compreensão, os receios de um aumento do número de refugiados estão a tornar-se claros na Polónia e noutros países. Um compromisso em matéria de asilo, que Tusk rejeita, poderia significar que a Polónia não teria de aceitar mais refugiados. A Polícia Federal já reportou 3.777 rejeições na fronteira germano-polaca entre setembro de 2024 e abril de 2025, o que ilustra a urgência da situação.
Ao mesmo tempo, as organizações de ajuda polacas salientaram que o governo pouco está a fazer para impedir os refugiados que se dirigem para oeste. O advogado Filip Rakoczy, de Nomada, observa que há cada vez mais refugiados registados. A pressão sobre a UE para desenvolver uma política de migração uniforme e humana está a aumentar, o que alimentará ainda mais os debates sobre questões de asilo.
Os próximos controlos e as tensões políticas associadas já indicam que as discussões sobre a migração e a protecção das fronteiras na Europa estão longe de terminar. Os desafios são grandes e resta saber como os Estados envolvidos reagirão às novas circunstâncias.