Revolução no direito funerário: urnas em casa e novas liberdades!

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A Renânia-Palatinado está a planear uma nova lei funerária que permitirá formas alternativas de sepultamento a partir de outubro de 2025.

Rheinland-Pfalz plant ein neues Bestattungsgesetz, das alternative Bestattungsformen ab Oktober 2025 ermöglicht.
A Renânia-Palatinado está a planear uma nova lei funerária que permitirá formas alternativas de sepultamento a partir de outubro de 2025.

Revolução no direito funerário: urnas em casa e novas liberdades!

Na Renânia-Palatinado, está a ser introduzida uma nova lei funerária que visa proporcionar uma lufada de ar fresco no tratamento da morte e do luto. Ministro da Saúde Clemens Hoch anunciou que a lei poderia entrar em vigor em breve. A expectativa é que o parlamento estadual vote no dia 11 de setembro e, se aprovado, o novo regulamento poderá entrar em vigor no início de outubro.

O foco principal da nova lei é dar aos sobreviventes mais liberdade de escolha. No futuro, as urnas poderão ser guardadas nas quatro paredes, desde que o falecido o especifique por escrito. Formas alternativas de sepultamento também são permitidas: se desejar, você pode espalhar as cinzas na horta de sua casa ou até mesmo processá-las na forma de diamantes artificiais. Essas inovações são um grande passo porque flexibilizam a antiga obrigação funerária, que teve origem na Idade Média e foi fortemente influenciada pela tradição cristã.

Novo vento para funerais

Além destas simplificações, a nova lei também permite enterrar cinzas em rios como o Reno, o Mosela, o Sarre e o Lahn. Isso não soa apenas como liberdade, mas como uma atitude completamente nova perante a vida. No entanto, para que esta nova lei funerária seja eficaz, o pré-requisito é que o corpo seja primeiro cremado.

O regulamento aplica-se exclusivamente às pessoas com residência principal na Renânia-Palatinado, a fim de pôr fim ao chamado “turismo funerário”. O cemitério continua sendo o local habitual para sepultamentos. Outro ponto importante é que os parentes sobreviventes devem registrar por escrito durante a vida como gostariam que o falecido fosse enterrado e quem deveria assumir essa tarefa. Não é permitido espalhar cinzas no jardim sem regulamentação prévia, excluindo-se o chamado reenterro (compostagem).

Vozes da política e da igreja

As novas formas de sepultamento não foram bem recebidas por todos. Tanto a Igreja Católica como a Protestante expressaram preocupações e alertaram que os novos regulamentos poderiam ser incompatíveis com a paz e a dignidade. Deputado da CDU Christoph Gensch expressou preocupação com um possível “individualismo ilimitado” e teme que isso possa levar à abolição dos cemitérios.

Num passo adicional, o regulamento deverá também permitir o enterro digno das chamadas “crianças estrelas”, ou seja, crianças que morreram precocemente ou que ainda não nasceram. A introdução de autópsias obrigatórias para crianças com menos de seis anos de idade, quando a causa da morte não é clara, também deverá ajudar a identificar melhor possíveis abusos. Estas medidas sublinham o objectivo de oferecer aos familiares mais liberdade e oportunidades, preservando ao mesmo tempo a dignidade do falecido.

Numa época em que os desejos e ideias individuais se tornam cada vez mais importantes, será emocionante ver como estas mudanças de grande alcance na lei funerária irão afectar a sociedade. A nova lei não é apenas um ajuste jurídico, mas também traz uma nova perspectiva sobre o luto, a comemoração e o tratamento da morte.