Klaus-Michael Kühne: o novo sonho de ópera de Hamburgo e as sombras do passado
Klaus-Michael Kühne planeja dar a Hamburgo uma nova casa de ópera. Ele é o homem mais rico da Alemanha e um importante patrocinador.

Klaus-Michael Kühne: o novo sonho de ópera de Hamburgo e as sombras do passado
Em Hamburgo, Klaus-Michael Kühne, um dos homens mais ricos da Alemanha, anuncia uma doação impressionante: uma nova casa de ópera para a cidade hanseática. Alto taz Kühne não atua apenas na área cultural, mas também é o patrocinador mais importante do Hamburger SV e tem grande influência na sociedade local.
Kühne, com uma fortuna estimada em 3,3 mil milhões de euros em 2022 proveniente da sua participação na Hapag-Lloyd, tem agora 85 anos e prefere gerir o seu negócio a partir de uma sede remota nas montanhas, como Foco relatado. O grupo logístico Kühne + Nagel, do qual ele cofundou, ainda é um player importante no setor. Mais de 30 por cento da companhia marítima Hapag-Lloyd de Hamburgo pertence a Kühne, que se manifestou contra fusões com empresas estrangeiras para manter a empresa “puramente alemã”.
Responsabilidade social e questões tributárias
Embora o envolvimento de Kühne na cultura seja elogiado, as suas atividades financeiras levantam questões sobre a responsabilidade social. Existem cerca de 220 famílias bilionárias na Alemanha, que apresentam imensa desigualdade de riqueza, segundo dados do Funk alemã mostrar. Os dez por cento mais ricos da população possuem mais de metade da riqueza, o que leva repetidamente a debates sobre uma distribuição justa.
Através de uma tributação adequada dos activos, Kühne poderia contribuir anualmente com 1,7 mil milhões de euros, o suficiente para financiar, por exemplo, 40.000 novos educadores na Alemanha. Por outras palavras: um trabalhador qualificado teria de poupar durante mais de 250.000 anos para atingir o rendimento anual de Kühne. Tendo em conta estes números, é claro que a actual distribuição da riqueza é fortemente criticada.
O caminho para o futuro
Kühne planeia liquidar os seus extensos bens através de uma fundação de caridade, o que ele acredita ser uma decisão responsável, uma vez que não tem descendentes. A Fundação Kühne já deu um contributo decisivo para a promoção de jovens talentos, cultura e medicina e, entre outras coisas, adquiriu a clínica de alta montanha em Davos. Ao mesmo tempo, o estilo de liderança dinâmico de Kühne e o foco na qualidade e flexibilidade, como mostram os relatórios, valorizam as empresas que lideram de forma sustentável no futuro.
Os últimos desenvolvimentos em torno de Kühne mostram que uma grande riqueza traz não só oportunidades, mas também obrigações. A discussão sobre impostos sobre a riqueza e justiça social deverá ser mais intensa no futuro, a fim de reduzir o fosso entre ricos e pobres.