Merz planeja abolir a jornada de oito horas: o que pensa a Alemanha?

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O chanceler Friedrich Merz planeja abolir a jornada de oito horas. As pesquisas mostram uma rejeição generalizada da reforma.

Bundeskanzler Friedrich Merz plant, den Acht-Stunden-Tag abzuschaffen. Umfragen zeigen breite Ablehnung der Reform.
O chanceler Friedrich Merz planeja abolir a jornada de oito horas. As pesquisas mostram uma rejeição generalizada da reforma.

Merz planeja abolir a jornada de oito horas: o que pensa a Alemanha?

O mundo do trabalho na Alemanha poderá em breve virar de cabeça para baixo. O chanceler Friedrich Merz apresentou planos para abolir a jornada de oito horas estabelecida. Em vez disso, deveria ser introduzido um tempo máximo de trabalho semanal, que já é um tema muito debatido por muitos funcionários. Uma pesquisa recente mostra que a maioria da população não está convencida com esta reforma. De acordo com Merkur, 73% dos funcionários rejeitam horas de trabalho diárias ilimitadas.

O debate económico está aceso em diversas frentes. Embora as associações patronais e alguns representantes empresariais apoiem a medida, os sindicatos e muitos trabalhadores estão céticos em relação à proposta. Muitos temem o aumento da pressão sobre as famílias e os riscos para a saúde devido a horários de trabalho mais longos. Um estudo da Fundação Hans Böckler mostra ainda que a jornada de trabalho pode ser estendida para até doze horas e 15 minutos. Esta notícia não é exactamente optimista, considerando que a jornada média de trabalho na Alemanha de 40,2 horas por semana já é bastante elevada em comparação com outros países, mesmo que a taxa de tempo parcial empurre o número para 34,8 horas.

Resultados da pesquisa em detalhes

As opiniões dos alemães são diversas. Uma sondagem da Ipsos revela que 46 por cento apoiam o máximo de horas de trabalho semanais, enquanto 44 por cento são contra. Numa outra sondagem Yougov, 38 por cento apoiam esta reforma, enquanto 20 por cento se opõem a ela e 37 por cento permanecem neutros. Como aponta fr.de, 63% estariam dispostos a trabalhar uma hora a mais por semana para se aposentar um ano antes. Em contraste, os inquéritos também mostram que apenas 22 por cento aceitariam um início de reforma mais tardio para manter a jornada de oito horas.

A reforma planeada é alvo de fortes críticas. Por exemplo, o chefe do Verdi, Frank Werneke, descreve os planos como uma “piada de mau gosto” e alerta para a pressão que mais horas de trabalho podem exercer sobre os funcionários. O secretário-geral da CDU, Carsten Linnemann, por outro lado, sublinha que flexibilizar os horários de trabalho dos jovens e das famílias é crucial para fortalecer o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

O risco para a saúde

As implicações desta reforma para a saúde são outro ponto crítico. Especialistas alertam que o aumento da jornada de trabalho pode pôr em risco não só a produtividade, mas também a saúde. Nils Backhaus, do Instituto Federal de Segurança e Saúde Ocupacional, enfatiza a necessidade de intervalos para descanso e recomenda cautela.

Em conclusão, resta dizer que a discussão sobre a reforma do tempo de trabalho na Alemanha está apenas no início. O governo federal apresentou planos para introduzir horas de trabalho semanais máximas, mas os detalhes das novas regras ainda não são claros e devem primeiro ser discutidos com os empregadores e os sindicatos. Estarão os alemães preparados para mudar os seus hábitos de trabalho em prol de maior flexibilidade, ou o cepticismo continuará a ser esmagador? Tudo isto tornará as próximas semanas e meses emocionantes, e os cidadãos só podem esperar que as decisões sejam do interesse dos trabalhadores. Atualmente, as pesquisas mostram que muitos enfrentam a incerteza e a sensação de estar sobrecarregados ao olharem para o futuro.