Conselhos de empresa na Alemanha: números em queda, importância crescente!
Descubra como o declínio dos conselhos de empresa na Alemanha está a afetar a participação dos trabalhadores e que reformas são necessárias.

Conselhos de empresa na Alemanha: números em queda, importância crescente!
Há uma tendência notável na Alemanha: o número de conselhos de empresa está a diminuir. De acordo com uma avaliação actual do Instituto de Mercado de Trabalho e Investigação Ocupacional (IAB), a proporção de trabalhadores do sector privado representados por um conselho de empresa caiu de quase 50% em 1996 para apenas 33% em 2023. Apenas 7% das empresas têm actualmente representação de trabalhadores. O que está causando esse declínio? As causas são múltiplas, desde obstáculos burocráticos até à resistência dos empregadores, como relata rechtsanwaelte-gottschalk-wetzel.de.
As indústrias tradicionais estão cada vez mais a recuar, enquanto o sector dos serviços cresce. Além disso, a criação de um conselho de empresa revela-se muitas vezes demorada e complicada. Muitos iniciadores sentem-se frustrados pela falta de proteção contra o despedimento e pela resistência de algumas empresas. A cultura empresarial moderna, que favorece hierarquias planas e formas alternativas de co-gestão, também contribui para que os conselhos de empresa clássicos sejam menos procurados.
As vantagens dos conselhos de empresa
No entanto, os conselhos de empresa têm muitas vantagens. Reforçam a co-gestão em questões fundamentais como o horário de trabalho, os salários e a segurança no trabalho. Contribuem para a criação de soluções socialmente aceitáveis, especialmente em tempos economicamente difíceis. Além de fiscalizar o cumprimento de leis e acordos coletivos, agrupam os interesses dos colaboradores e defendem melhores condições de trabalho. Isto também é demonstrado por um estudo do Instituto Ifo, que concluiu que os conselhos de empresa podem aumentar a produtividade das empresas. Deutsche Wirtschafts Nachrichten relata que as empresas com conselhos de empresa que funcionam bem são frequentemente mais bem-sucedidas.
Na Alemanha, as empresas com pelo menos cinco trabalhadores com direito a voto têm o direito de eleger um conselho de empresa. Estas eleições realizam-se regularmente e a próxima está marcada para 2026. É importante notar que a legislatura estabelece regras estritas para proteger as eleições e os seus iniciadores. A obstrução ou influência indevida é um delito punível, o que significa que ninguém deve sentir-se em desvantagem antes ou durante a eleição. Em empresas maiores, podem até ser formados conselhos de empresa gerais e de grupo, o que garante uma representação abrangente dos interesses dos trabalhadores, conforme explicado em bmas.de.
A situação levanta naturalmente questões: como será o futuro da co-gestão? Se o declínio dos conselhos de empresa continuar, resta saber se modelos alternativos, como a representação dos trabalhadores, poderão ter o mesmo efeito. Está a tornar-se cada vez mais claro que é necessária uma reforma da Lei de Constituição das Obras, a fim de reduzir os obstáculos burocráticos e criar uma melhor protecção para os trabalhadores. Em última análise, a voz forte dos trabalhadores é essencial para o desenvolvimento positivo do mundo do trabalho.