Pensão em risco? Os Verdes apelam ao conselho de cidadãos para novas soluções!
Ricarda Lang apela a uma assembleia de cidadãos sobre a reforma das pensões na Alemanha, a fim de reforçar a participação dos cidadãos e promover a confiança política.

Pensão em risco? Os Verdes apelam ao conselho de cidadãos para novas soluções!
No debate sobre o futuro do seguro de pensões, a política verde Ricarda Lang apela à introdução de um conselho de cidadãos. Ela enfatiza que a possibilidade de participação dos cidadãos na Alemanha é muito limitada a nível federal. De acordo com Lang, a geração mais jovem, em particular, está a perder a confiança no sistema de pensões existente, enquanto a geração “boomer”, nascida entre o final da década de 1950 e o final da década de 1960, está agora a reformar-se. Estudos empíricos mostram que 82% dos alemães têm a impressão de não serem ouvidos politicamente. Lang defende que os cidadãos devem discutir em conjunto os sistemas de segurança social e destaca as exigências excessivas que lhes são impostas pelas contribuições para a segurança social. Uma assembleia de cidadãos poderia desenvolver recomendações valiosas de ação, que poderiam então ser apresentadas ao Bundestag.
Mas como funciona essa assembleia de cidadãos? De acordo com informações de notícias diárias É composto por 160 pessoas com 16 anos ou mais selecionadas aleatoriamente, que são urgentemente necessárias para refletir as opiniões e a diversidade da sociedade. Esta forma de participação cidadã tem uma longa tradição na Alemanha. Desde 1972 houve um total de 298 processos envolvendo cerca de 35.500 pessoas. O objetivo é refletir a sociedade através de grupos representativos. No entanto, até agora, as atividades dos conselhos de cidadãos não foram registadas centralmente, o que deverá agora mudar.
Participação cidadã e democracia direta
A importância de uma maior participação dos cidadãos é também sublinhada pelos resultados de um inquérito realizado pela iniciativa “Mais em Comum”. Isto mostra que a maioria dos alemães está insatisfeita com o estado da democracia. De acordo com o Conselho de Cidadãos 70,3 por cento dos inquiridos concordam que são necessárias mais oportunidades de participação dos cidadãos para reforçar a confiança na democracia. Mais de 64 por cento apoiam a introdução de conselhos de cidadãos para desenvolver soluções propostas. A combinação de assembleias de cidadãos sorteadas aleatoriamente e referendos nacionais é considerada extremamente positiva.
A participação dos cidadãos pode não só resolver os problemas, mas também reforçar o interesse político e a confiança na democracia. Lang defende veementemente que tais procedimentos devem ser vinculativos, a fim de evitar a participação fictícia. Ela salienta que os 160 membros da última reunião de cidadãos apresentaram exigências concretas ao Presidente do Bundestag, Schäuble, que deverão permitir uma discussão séria das questões.
Conselhos de cidadãos como pioneiros da mudança
Nos últimos anos, as assembleias de cidadãos têm ganhado cada vez mais destaque. Entre 2010 e 2019, realizaram-se em média seis assembleias de cidadãos por ano, enquanto entre 2020 e 2023 ocorreram quase 30 por ano. Esta evolução mostra que a necessidade e o interesse na democracia directa estão a aumentar. Uma assembleia de cidadãos segue um processo estruturado: desde a definição de temas e selecção aleatória de participantes até ao aconselhamento e desenvolvimento de recomendações de acção. Tais recomendações poderão em breve ser aplicadas também à política de pensões, a fim de colmatar, até certo ponto, o fosso entre a sociedade e a política.
O debate sobre os conselhos de cidadãos e a democracia directa está, portanto, em pleno andamento. A tomada de decisões políticas poderia não só ser mais transparente, mas também mais justa através das vozes dos cidadãos. Em última análise, trata-se de garantir que as pessoas afetadas pelas decisões políticas também tenham a oportunidade de participar ativamente nelas.