Casal de noivos no centro do debate sobre a paisagem urbana: manifestação em Zweibrücken!
Centenas de pessoas protestaram em Zweibrücken contra e a favor da paisagem urbana após as declarações do Chanceler Merz sobre migração e regresso.

Casal de noivos no centro do debate sobre a paisagem urbana: manifestação em Zweibrücken!
Na manhã de sábado, centenas de manifestantes reuniram-se em frente à Câmara Municipal de Zweibrücken para protestar contra e a favor daquilo que o chanceler Friedrich Merz descreveu como a “paisagem urbana”. A manifestação, que foi uma mistura de política e histórias pessoais, foi organizada por Ulrike Konitz. Ela ficou satisfeita com o elevado número de participantes, mesmo apesar do clima misto. Entre os manifestantes estava um casal recém-casado, Leyla e Jimmy Mwangi, que vem do Quénia e vive em Zweibrücken desde Julho. Eles cruzaram a multidão durante a sessão de fotos e marcharam com sua festa de casamento em meio a aplausos e música africana.
O debate sobre a paisagem urbana foi desencadeado pelas declarações de Merz em Brandemburgo, onde falou dos sucessos na política de migração no dia 14 de outubro. Ele deixou claro que as repatriações eram uma pedra angular da sua política. “Os migrantes sem estatuto de residência permanente criam problemas”, afirmou a Chanceler. Isto foi alvo de duras críticas do SPD, da esquerda e dos Verdes, que o acusaram de racismo e de retórica agressiva. O próprio Merz defendeu as suas declarações em conferência de imprensa e apontou a necessidade de regressos, que o Ministro Federal do Interior deveria viabilizar. O prefeito de Nuremberg, Marcus König, juntou-se a Merz e enfatizou a importância da migração para a vida na Alemanha, mas também alertou sobre as consequências sociais do comportamento criminoso.
Críticas e apoio
As controvérsias em torno das opiniões de Merz não se limitam apenas a Zweibrücken. Em Berlim, milhares de pessoas também protestaram contra as políticas da Chanceler durante a noite, reflectindo o clima tenso. Embora Merz goze de aprovação dentro da CDU, também há vozes críticas, especialmente dadas as suas formulações, que são vistas como problemáticas. A líder do grupo parlamentar Verde, Katharina Dröge, descreveu as suas declarações como dolorosas e discriminatórias. O próprio Merz acredita que o seu ponto de vista é necessário para proteger o público em geral de um potencial problema de segurança.
Particularmente interessante é o uso do termo “paisagem urbana”, mencionado repetidamente na discussão. Os críticos queixam-se de que este termo é frequentemente interpretado como um código eufemístico para descrever pessoas que não são percebidas como alemãs ou não-brancas. A socióloga Nina Perkowski enfatiza que tais termos podem criar um sentimento crescente de desconforto na sociedade e alimentar a hostilidade racista. Embora a opinião pública sobre a migração e a segurança esteja a tornar-se cada vez mais polarizada, estudos do Instituto Alemão para os Assuntos Económicos (DIW) apontam que o medo do crime muitas vezes não está correlacionado com a evolução real do crime.
Os acontecimentos em Zweibrücken reflectem um fenómeno social mais amplo. As tensões entre as diferentes áreas políticas e o tratamento dos migrantes, especialmente aqueles sem estatuto de residência permanente, continuam a ser um tema central no debate público. Enquanto alguns políticos apostam na oportunidade que a migração traz à sociedade, outros alertam para os riscos que pode trazer. Numa altura em que a consciência da justiça social e da integração se torna cada vez mais importante, a sociedade enfrenta o desafio de encontrar uma perspectiva equilibrada.